União Cristã Central da Mocidade Portuguesa. 1894-

Zona de identificação

tipo de entidade

Entidade coletiva

Forma autorizada do nome

União Cristã Central da Mocidade Portuguesa. 1894-

Forma(s) paralela(s) de nome

  • Mocidade Portuguesa

Forma normalizada do nome de acordo com outras regras

Outra(s) forma(s) do nome

identificadores para entidades coletivas

UCCMP

área de descrição

datas de existência

1894-[19--]

história

Em 1894 criou-se a primeira União Cristã Central da Mocidade Portuguesa, podendo-se ler no Artigo 1º dos Estatutos que: “Entre os membros das Igrejas Evangélicas é fundada nesta cidade do Porto uma sociedade de educação física, intelectual, moral e espiritual”. No Artigo 3º especifica-se que a União está aberta a todos os indivíduos estranhos às Igrejas,
na qualidade de membros associados que, no entanto, não podem exercer o direito de voto (Artigos 6º e 7º). O Artigo 4º clarifica, e sistematiza, os objectivos da União, dizendo que tem por fim “proporcionar aos seus membros”:
1º Um ginásio, jogos atléticos, balneário e outros meios de desenvolvimento físico;
2º Excursões de instrução e recreio pelo país e, quando possível fora dele;
3º Um gabinete de leitura provido de livros e jornais nacionais e estrangeiros;
4º Aulas de instrução primária, línguas, comércio, música, etc.;
5º Sessões sociais, literárias e musicais;
6º Conferencias evangélicas, científicas, históricas, geográficas, etc., de reconhecida
utilidade popular;
7º Reuniões regulares de estudos bíblicos; e, finalmente:
8º Todos os meios ao seu alcance para promover a robustez física e a elevação do nível
intelectual e moral dos seus membros, de modo a torná-los úteis a si, à família e à pátria.
Outros Capítulos dos Estatutos, dizem respeito aos Membros auxiliares e protectores; sua
admissão, deveres e direitos (Cap. II); Penalidades dos membros (Cap. III); Direcção, conselho fiscal
e secretário geral (Cap. IV); Conselho consultivo (Cap. V); Assembleia Geral (Cap. VI); Eleições (Cap.
VII); Fundo social e sua aplicação (Cap. VIII); e Disposições transitórias e gerais (Cap. IX).
Num texto de 1905 um dos principais promotores da União, Alfredo Henrique da Silva, evoca as razões da sua criação. Diz ele que o que o inspirou foi o exemplo da Associação Cristã de Moços do Rio de Janeiro, cuja notícia chegou via imprensa, nomeadamente pelo jornal evangélico brasileiro O Cristão. Recorda, ainda, que por essa altura, estava no Porto um unionista suíço, de nome Borel, para aprender o português, já que na sua qualidade de missionário, partiria, depois, para as Missões Suíças na África portuguesa. Dos contactos estabelecidos com o missionário, resultou que ele os entusiasmou na criação da União, contribuindo com “alguns esclarecimentos” para a implementação e organização. No princípio dedicavam-se os unionistas ao estudo da Bíblia e a fomentar a criação de novas Uniões, já que o lugar onde estavam instalados, era “uma pequena sala” na Igreja Metodista do Mirante. Só com a sede própria é que se iniciou a sua “quádrupla missão: física, intelectual, moral e espiritual, com um forte investimento na intelectual – aulas nocturnas para operários”. Diz Alfredo da Silva que desde sempre foram norteados por um princípio: “Montar bem; dirigir bem”.
Iniciou-se, assim, em Portugal um movimento de regeneração social, que, de acordo com o Autor, incidiu na instrução popular, no anti-alcoolismo, na moralidade e na cultura cristã.
Em 1899, Diogo Cassels, reproduz, no periódico, O Evangelista, algumas passagens dos Estatutos da União Cristã da Mocidade de Lisboa, fundada precisamente no ano anterior. São quatro os Artigos destacados por Diogo Cassels:
1º Que vem a ser a União Crista da Mocidade?
É uma associação de jovens ou pessoas novas, membros de todas as Igrejas que têm por única cabeça a Jesus Cristo, nosso Senhor, segundo as Escrituras Sagradas.
2º Qual é o seu trabalho?
Procurar resultados espirituais por meios conformes com as Escrituras Sagradas, empregando esforços para ganhar os incrédulos para o Salvador e agregá-los às Igrejas, como fiéis testemunhas do Evangelho de Jesus no meio deste mundo, mas sem se ocupar da escolha da denominação.
3º É a União uma Igreja?
Não. Ela declara de maneira mais formal que o seu fim é trabalhar com as Igrejas, sem se intrometer nas funções próprias destas, antes procurando e desejando ser reconhecida por elas como um auxiliar no trabalho de evangelização da mocidade.
4º Qual é o seu programa?
Promover o bem espiritual, intelectual, social e físico da mocidade.
Movimento que se iniciou em Londres, em 1844, e que a partir de 1849 começa a alastrar pela Europa, via Alemanha. Entre os anos Cinquenta e Noventa regista-se o máximo crescimento, expresso, em 1901, por mais de 3.500 Uniões, desde a Grã-Bretanha até à Turquia. Em Portugal, na mesma data, estavam recenseadas 7 Uniões com 343 membros.

Locais

Porto

status legal

Estatutos da União Christã Central da Mocidade Portugueza do Porto, Porto, União Christã Central da
Mocidade Portugueza, 1906

funções, ocupações e atividades

Brincar, trabalhar, estudar, orar e cantar, num espírito cristão, eram objectivos que configuram fornecer informação e formação sobre factos bíblicos, a história da Igreja, o desenvolvimento do cristianismo, mas transmitir, também, noções de higiene, cuidados corporais, como, ainda, adestrar habilidades que vão do cantar bem, passando pela perícia nos trabalhos manuais, até ao manejar e praticar, com desenvoltura, a leitura da Bíblia. Estas escolas pensaram-se e conceberam-se de modo a proporcionar alegria e felicidade às crianças, mas, em simultâneo, revelando-se importantes para os pais e os pastores e cruciais para as Igrejas e Escolas Dominicais.
Não sendo nem Escolas Diárias, nem Escolas Dominicais, as Escolas Bíblicas de Férias assemelharam-se mais a Uniões infantis com um claro propósito evangélico e, tendencialmente cívico, já que, nascendo primicialmente em zonas urbanas degradadas e alocando, ou explorando, os recursos físicos das Igrejas, quiseram erigir uma plataforma de inclusão para as crianças e os jovens alternativa às quotidianas ocupações dos tempos livres que os filhos das classes populares reproduziam. É, justamente, esta dimensão que as aproxima das Uniões, bem como a proposta educativa que apresentam.

Mandatos/Fontes de autoridade

Estatutos de 1894

Estruturas internas/genealogia

contexto geral

Área de relacionamento

Área de pontos de acesso

Pontos de acesso - Assuntos

Pontos de acesso - Locais

Ocupações

Zona do controlo

Identificador do registo de autoridade

PT ILCAE UCCMP

Identificador da instituição

PT/ILCAE

Regras ou convenções utilizadas

ISAAR(CPF): Norma internacional de registos de autoridade arquivística para pessoas colectivas, pessoas singulares e famílias. 2.ª ed. Lisboa: IAN/TT, 2004.

Estatuto

Preliminar

Nível de detalhe

Mínimo

Datas de criação, revisão ou eliminação

09.07.15 (AV);

Línguas e escritas

  • português

Script(s)

  • latim

Fontes

AFONSO, José António (2007). Protestantismo e educação: história de um projecto pedagógico em Portugal na transição do séc. XIX. Braga: Universidade do Minho. Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/7101

Notas de manutenção

  • Área de transferência

  • Exportar

  • EAC

Assuntos relacionados

Locais relacionados